a diversidade no grammy faz diferença?
a alguns dias de conhecermos os indicados ao Grammy, vamos falar sobre a diversidade da bancada da maior premiação da música
A Sonora #37 chega para te contar como foi o show do The Smashing Pumpkins, que aconteceu em São Paulo neste fim de semana, e já entra no clima dos indicados ao Grammy 2025. Também vamos te explicar por que você deveria ouvir um dos grandes comebacks do ano! Mas, antes de tudo, vamos homenagear um ícone que nos deixou cedo demais:
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Por Gabriel Sant’ana
Hoje fazem três anos que Marília Mendonça, a eterna "rainha da sofrência", nos deixou em um trágico acidente aéreo. Sua música, atemporal e marcada por amores e desilusões, continua revelando sentimentos que muitos vivem, mas nem sempre conseguem colocar em palavras.
Mais que uma cantora de sucesso, Marília foi uma compositora que dialogava diretamente com seu público, especialmente o feminino. Em um gênero dominado por vozes masculinas, ela quebrou barreiras e abriu portas para outras mulheres no sertanejo.
Desde sua partida, músicas inéditas e compilações têm sido lançadas pela família e equipe, mantendo vivo seu legado. Seu impacto continua tão forte que ela é lembrada em festivais, premiações e homenagens, como o evento This Is Marília Mendonça, realizado no último mês pelo Spotify.
O vazio que Marília deixou ninguém preenche, mas sua música segue viva em nossos corações. Enquanto lê a news de hoje, que tal dar um play no último disco solo lançado em vida pela artista?
🏆 A-O-T-Y, I AIN'T WIN, THAT’S COOL, I AIN'T STUNTIN' 'BOUT THEM
O Grammy disse que está se tornando mais justo… será mesmo?
Por Gabriel Sant’ana
Nesta sexta-feira, conheceremos os indicados ao Grammy 2025, e uma das curiosidades que podem influenciar nos resultados deste ano é a mudança na bancada votante.
De 2019 para cá, a Recording Academy passou por uma renovação importante: 66% dos votantes atuais se juntaram após essa data, graças a um novo modelo de adesão. Esse novo formato foi criado com o objetivo de aumentar a diversidade, incluindo mais mulheres, pessoas de cor e profissionais abaixo dos 40 anos.
Em matéria da Billboard, foi mostrado que essa transformação, que tem o objetivo de refletir melhor a atual comunidade musical, já mostrou efeitos. Desde que o modelo entrou em vigor, vimos vitórias como a de This Is America, de Childish Gambino, e Golden Hour, de Kacey Musgraves, ambos em categorias principais. Ao todo, mais de 13.000 pessoas votam nos prêmios Grammy, e só neste ano foram adicionados mais 2.000 novos membros.
O impacto da diversidade é comprovado pelos números: a participação de mulheres cresceu 27%, superando uma meta de 2.500 novas votantes definida para 2025. Além disso, o número de membros de cor aumentou 65%, incluindo um aumento de 90% entre membros negros e 100% entre membros AAPI (asiático-americanos e ilhas do Pacífico).
Para Harvey Mason Jr., CEO da Recording Academy, o foco é avaliar a música pelo seu mérito, evitando influências de reputação ou histórico dos artistas.
“Embora tenhamos feito grandes progressos no sentido da criação de um corpo de membros diversificado e representativo, ainda há muito trabalho a ser feito. Queremos recrutar mais jovens, porque o futuro da música está nas mãos deles. Queremos ver um aumento na percentagem de mulheres e pessoas de cor, porque o nosso objetivo deve ser sempre representar com precisão a nossa comunidade.”
🔍 Essa mudança está realmente tão evidente?
Com o Grammy trazendo uma bancada renovada e diversa, as expectativas estão altas para ver como essas mudanças impactarão categorias que ainda aguardam uma vitória feminina, como a de Songwriter of the Year, que só premiou homens até hoje.
Desde a introdução da categoria em 2022, quatro mulheres foram indicadas: Amy Allen (com músicas escritas ao lado de Lizzo e Charli xcx), Nija Charles (em faixas para Anitta e Beyoncé), Laura Veltz (por seu trabalho com Maren Morris e Demi Lovato) e Jessie Jo Dillon (por suas contribuições para Brandy Clark e Megan Moroney).
Os vencedores da categoria, porém, foram Tobias Jesso Jr., em 2023, e Theron Thomas em 2024, respectivamente responsáveis por canções como Boyfriends de Harry Styles e Seven de Jungkook.
Neste ano, entre os 61 compositores cotados para uma possível indicação, apenas 20 são mulheres, incluindo veteranas e novatas. Nomes de peso, como Diane Warren, com um bom histórico na academia, e Ali Tamposi, autora de grandes sucessos, fazem parte da lista; bem como RAYE, que compõe para outros artistas e é uma performer respeitada.
Vale lembrar que mulheres já marcaram presença em outras categorias de composição ao longo dos anos. Carole King, por exemplo, foi a primeira mulher a vencer Song of the Year em 1972, e Alanis Morissette, a primeira em Best Rock Song, em 1996, com You Oughta Know.
A introdução de novas categorias, como Best American Roots Song e Best Contemporary Classical Composition, também abriu mais espaços para compositoras em gêneros onde o protagonismo feminino era menos comum.
Fique ligado aqui na Sonora e em nosso X para saber quem serão os indicados da próxima edição da premiação. Esperamos nos surpreender positivamente.
🤘 ESSA É PRA QUEM É DO ROCK
The Smashing Pumpkins traz hits dos anos 90 para São Paulo
Por Gabrielle Caroline
É um fato: artistas que se divertem no palco fazem os melhores shows que você vai assistir na sua vida. E esse é o caso do The Smashing Pumpkins, que se apresentou na noite de domingo em São Paulo – primeira vez da banda na cidade desde o Lollapalooza 2015.
Liderado por Billy Corgan, o grupo se apresentou em um Espaço Unimed cheio de fãs – poucos deles com menos de 30 anos – que cantaram religiosamente todas as músicas de Siamese Dream (1993) e Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995).
Mesmo com os discos pós anos 90 da banda não parecendo encantar o público tanto quanto seus trabalhos daquela década – o que fez com que, apesar de estarem atentos e interagirem com a banda sempre, o público não parecesse tão animado e até mesmo parecesse perdido entre faixas que não pertenciam aos dois clássicos – tudo na noite foi compensado pela energia da banda. Corgan e companhia parecem amar o palco e amaram, especialmente, seu público em São Paulo.
Em especial, a energia de Kiki Wong, nova guitarrista do grupo, que era hipnótica no palco e trouxe o equilíbrio em uma banda muito masculina que não existia desde a saída de D'arcy Wretzky e a sua substituição por Melissa Auf der Maur – seguida de sua eventual saída.
Único problema do show? Faltaram músicas do Gish. Mas, tudo bem: em troca, ganhamos covers acústicos lindíssimos de Landslide e de Shine On, Harvest Moon, com Corgan no violão, e um surpreendente bis, onde James Iha cantou nada mais, nada menos do que Ziggy Stardust, de David Bowie.
Veredito? The Smashing Pumpkins faz um show impecável e vale a pena assisti-los – mesmo que você não conheça mais do que duas ou três faixas deles.
Menção honrosa para a abertura, que foi feita pela banda Terno Rei. O grupo sempre faz ótimos shows e, mesmo para um público que não os conhecia tão bem assim, fez um trabalho incrível em apresentar seu trabalho – mesmo com o nervosismo de se apresentar antes de uma banda da qual são fãs.
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Com suas melodias magnéticas, o rapper Yatta Bandz lança o EP Acrylic no próximo dia 8.
Ai Que Calor, parceria entre Pabllo Vittar e Duda Beat, vai ser lançada hoje (5) às 21h. A faixa é a última que faltava ser desbloqueada do álbum Batidão Tropical Vol. 2 de Pabllo. Faça pre-save!
Na próxima sexta, o Primal Scream retorna com o primeiro álbum da banda em oito anos. Intitulado Come Ahead, o disco tem 11 faixas e você já pode fazer o pre-save.
🗿 BEST NEW COMEBACK
The Cure está de volta!
Por Gabrielle Caroline
Primeiro disco do The Cure em 16 anos, Songs of a Lost World nasceu em um mundo totalmente diferente do último trabalho da banda, 4:13 Dream: o consumo de música está diferente, os discos são cada vez mais curtos, as músicas precisam seguir um algoritmo para fazer sucesso, conquistar novas audiências é algo cada vez mais complexo.
Nada disso parece afetar a banda, que segue fazendo música da forma que a tornou conhecida — atmosférica, lenta, meio desesperada, e bem longa. Mas, muita coisa mudou na vida de Robert Smith, vocalista e letrista da banda: nesse período de 16 anos, ele perdeu seus pais e seu irmão, Richard. E é sobre isso que Songs of a Lost World fala.
Não é o disco ideal para ser a porta de entrada para quem não conhece a banda ainda, mas, ele traz o The Cure que conhecemos em uma reflexão sobre corações partidos — não por amor, como a banda costumava cantar, mas devido ao luto e à perda.
Lost World não traz nenhum grande hit que vai tocar nas rádios de rock por aí: não há uma Just Like Heaven ou uma Boys Don't Cry — talvez Drone:Nodrone seja a faixa que mais se aproxima das músicas mais agitadas da banda. Mas, ele traz algumas das letras mais interessantes da carreira da banda: quando Smith canta “I know that my world has grown cold/But it really doesn't matter if you say we'll be together/If you say that we’ll be with me in the end” em And Nothing Is Forever ou quando ele traz o terror de lidar com a morte do irmão em I Can Never Say Goodbye, é impossível não se comover com a crueza da forma que aquelas emoções são expostas.
Songs of a Lost World é um disco que merece ser ouvido. Aquele que precisa ser ouvido com atenção, carinho, tempo e uma caixa de lencinhos do lado. E ainda bem que o The Cure voltou. Que não demore 16 anos para lançar o próximo disco.
A gente não ia deixar passar…
Nesta madrugada, Beyoncé liberou o que parece ser o primeiro visual da era COWBOY CARTER. Isto porque a querida lançou em seu canal do YouTube um vídeo bem aleatório para BODYGUARD, uma das músicas mais queridas do disco. No clipe, chamado BEYWATCH, a diva aparece fantasiada de Pamela Anderson e incentiva os fãs a votarem nas eleições dos EUA, que acontecem hoje (5). Assista!
Ontem, perdemos dois nomes importantes da música: Quincy Jones, produtor dos discos Off The Wall, Thriller e Bad, de Michael Jackson, e grande fã de música brasileira, morreu aos 91 anos; e Agnaldo Rayol, cantor lírico brasileiro que tem em seu catálogo músicas como Tormento D’Amore, morreu aos 86 anos em São Paulo.
Depois de ser escolhida como título do sexto álbum de Charli xcx, Brat foi eleita a palavra do ano pelo dicionário Collins! Segundo a organização, o motivo da escolha foi pois "mais do que um disco de sucesso, Brat é um fenômeno cultural que ressoou com pessoas de todo o mundo". Mais uma vitória da era BRAT.
Christina Aguilera foi confirmada como headliner do CarnaUOL, que acontece em São Paulo em fevereiro. O evento é uma salada mista que inclui outras atrações como Ana Castela, Belo, Steve Aoki e Sean Paul.
Anitta hitou! São Paulo, parceria com The Weeknd, rendeu à nossa Garota do Rio o maior debut de uma artista latina no Spotify Global em 2024, superando a colombiana Karol G com Se Antes Te Hubiera Conocido.
A saga Lasso continua: a Vogue Itália publicou uma entrevista onde Lana Del Rey supostamente disse que seu próximo álbum não seria mais country, e sim southern gothic. Três dias depois, a cantora surgiu dizendo que a revista traduziu a sua fala de forma errada…
O Panic! At The Disco está de volta! A banda de Brendon Urie será a atração principal do festival When We Were Young, que acontece em Las Vegas. E a melhor parte é a setlist: A Fever You Can't Sweat Out, primeiro disco da banda, será tocado na íntegra.
A Nintendo agora tem um streaming de música para chamar de seu: a Nintendo Music. Pelo serviço, os usuários poderão ouvir e baixar músicas de trilhas sonoras de jogos da empresa.
A Forbes divulgou as celebridades falecidas mais bem pagas de 2024. Michael Jackson lidera o ranking, com ganhos de US$ 600 milhões, seguido por Freddie Mercury, que arrecadou US$ 250 milhões. Outras personalidades como Elvis Presley, John Lennon e Whitney Houston também figuram entre os quinze que mais faturaram.
Willie Nelson lançou seu 153º álbum (isso mesmo!), Last Leaf On The Tree, sendo o seu 76º projeto solo. Produzido por seu filho Micah, o disco traz covers de Beck, Tom Waits, Neil Young e Nina Simone. Ouça aqui.
BATEKOO Festival 2024 foi adiado. Previsto para o dia 23, o evento só acontecerá em 2025 devido à falta de investimentos. Já falamos sobre a crise dos festivais em edições passadas da Sonora, mas é sempre triste ver ela atingindo um festival brasileiro.