já ouviu falar de alguma banda que sofreu reboot?
O Linkin Park anunciou sua nova vocalista essa semana! Vamos falar sobre as bandas que se reinventaram com novos membros — ou dando funções novas aos membros antigos
Semana passada falamos do Lolla e essa semana vamos falar sobre ele novamente. E também precisamos falar do Linkin Park. Mas, antes, vamos falar de um dos grandes hits dos anos 90.
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Hoje, Smells Like Teen Spirit, icônico single do Nirvana, completa 33 anos. Escrita por Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl, a música ajudou a lançar o grunge ao mainstream, capturando a essência de uma juventude angustiada e misturando-a com riffs que definiram uma era.
A música — ou pelo menos seu título — existe graças à Tobi Vail, namorada de Kurt na época, e sua amiga Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill. Em uma ida ao supermercado, elas esbarraram em um desodorante chamado Teen Spirit. Segundo Kathleen, o nome parecia hilário e sem sentido. Afinal, o que seria o "espírito adolescente"?
Mais tarde, em um encontro no apartamento de Kurt, Kathleen pegou uma caneta e rabiscou na parede: "Kurt smells like a teen spirit". O que para ela era um trocadilho sobre o desodorante, para Cobain virou uma epifania. Ele viu na frase algo mais profundo, acreditando que se tratava de um elogio ao seu papel na revolução adolescente. Sim, uma das músicas mais icônicas da história surgiu por causa de um desodorante…
Apesar de Kurt ter se irritado com o sucesso comercial da canção, acreditando que era superestimada pelos fãs, Smells Like Teen Spirit acabou definindo o Nirvana e consolidando a banda como uma das maiores da história. Hoje, a música acumula bilhões de streams e figura em várias listas de melhores músicas de todos os tempos. Bora dar o play e relembrar?
🤘 A REINVENÇÃO NUNCA FOI TÃO ROCK ‘N ROLL
Com formação mais inclusiva, Linkin Park mostra que o show tem que continuar
Quando uma banda perde um membro, especialmente alguém tão importante e querido quanto Chester Bennington, do Linkin Park, as chances de continuidade do grupo parecem ser nulas. Mas, na última semana, após muita especulação, a nova formação do Linkin Park foi anunciada, com Emily Armstrong no vocal e Colin Brittain na bateria.
Com isso, o oitavo álbum da banda, From Zero, ganhou uma data de lançamento: 15 de novembro. Para os fãs que se perguntavam como eles se reinventariam, a resposta está aí — de forma grandiosa, mais inclusiva, e claro, com muito rock, como sempre fizeram.
Emily é uma velha conhecida da comunidade de hard rock, já que atua como vocalista da Dead Sara desde 2003. Colin também já trabalhou em projetos interessantes, produzindo para bandas como Papa Roach, A Day to Remember e All Time Low.
🤔 Quais bandas já passaram por uma troca de integrantes?
Esse tipo de reinvenção não é exclusiva do Linkin Park. A história da música está repleta de exemplos de bandas que enfrentaram a saída ou até a morte de membros, mas seguiram em frente.
⚡ Um bom exemplo é o AC/DC que muitos pensaram que acabaria após a morte de Bon Scott, seu vocalista original, em 1980. Mas o grupo encontrou um substituto à altura em Brian Johnson, que os levou a um novo patamar com o álbum Back in Black, um dos mais vendidos da história da música.
👑 Quando Freddie Mercury faleceu em 1991, o Queen naturalmente fez uma pausa. No entanto, a banda retornou com uma nova formação em 2004, quando o ex-vocalista do Free, Paul Rodgers, assumiu o microfone. Mais tarde, em 2011, Adam Lambert o substituiu e, nessa formação, continuam arrastando multidões pelo mundo até hoje.
🎤 Phil Collins assumiu os vocais do Genesis após a saída de Peter Gabriel em 1975, e a mudança foi um sucesso, digamos, inesperado. Sob a liderança de Phil, a banda passou de um rock progressivo experimental a um som mais pop e acessível, tornando-se uma das maiores de todos os tempos.
🪩 E por falar em pop, isso aconteceu também com o Destiny’s Child: LeToya Luckett e LaTavia Roberson foram substituídas de forma inesperada para o público e, segundo elas, para as próprias integrantes. Durante a promoção do videoclipe de Say My Name, elas perceberam que haviam sido trocadas por Michelle Williams e Farrah Franklin. O conflito teria começado porque LeToya e LaTavia queriam um novo empresário, já que sentiam que Matthew Knowles, pai de Beyoncé, estava favorecendo sua filha e Kelly Rowland.
👎 É, NÃO TÁ BOM
Precisamos falar sobre o line-up do Lollapalooza
Passada a euforia inicial com a divulgação do line-up do Lolla, que aconteceu na última terça — e que você pode ver na Sonora da semana passada —, é hora de admitirmos: é a escalação mais fraca de todas as edições brasileiras do festival.
E existe uma série de motivos para isso. Então, na Sonora de hoje, vamos dissecar o line-up do Lollapalooza 2025!
🤨 O maior de todos os problemas
Para começar, um problema que rapidamente chamou atenção no line do Lolla é que menos de 10 dos quase 70 nomes que compõem o line são de artistas negros ou bandas que tem artistas negros em sua formação. Observem que estamos falando do Lollapalooza 2025, onde achávamos que já tínhamos avançado nessa conversa.
Apagamos os nomes dos artistas que não são negros para visualizarmos o problema:
Festivais tem como uma das funções dar visibilidade e promover novos artistas. Existem muitos artistas negros menores no país prontos para se apresentar e conquistar seu público em um evento como o Lolla.
E todos sabemos que o problema não é repetir artistas, já que existem muitos ali que já estiveram no Lolla ou passaram recentemente pelo Brasil.
A falta de artistas negros no line do Lolla 2025 é uma falha vergonhosa da curadoria do festival.
É bem difícil engolir a ideia de que, no Brasil, um país cuja população é de maioria negra, não existem mais artistas negros para se apresentarem em um dos maiores festivais que acontecem por aqui, assim como também é difícil aceitar que não existiam artistas internacionais negros que poderiam fazer parte desse line.
🎸 Headliners
Em 2025, o Lollapalooza trará 6 headliners para São Paulo: Olivia Rodrigo, Alanis Morissette, Justin Timberlake, Shawn Mendes, Rüfüs du Sol e TOOL.
Primeiro, os acertos: Olivia Rodrigo e TOOL fazem suas estreias no Brasil. Olivia, ex-Disney, brilhou no pop rock com seu primeiro álbum SOUR em 2021 e agora está em turnê com GUTS, seu ótimo segundo disco. Os shows, além de elogiados, chamaram atenção pela defesa da pauta dos direitos das mulheres.
Já o TOOL, banda estadunidense de rock progressivo dos anos 90, lançou o aclamado álbum Fear Inoculum em 2019, após um hiato de 13 anos, ganhando o Grammy de Best Metal Performance e arrasta uma multidão de fãs por onde passa.
Agora, os legais, mas dispensáveis: Rüfüs du Sol e Alanis Morissette. Rüfüs tocou no Brasil em 2022 como headliner do MITA, e Alanis veio no ano passado com o show de aniversário do icônico álbum Jagged Little Pill. Ótimos shows, mas seria legal dar espaço para artistas que não vêm ao Brasil há tempos ou estreantes.
E agora, as decepções: Justin Timberlake e Shawn Mendes.
A última década de lançamentos do Justin é decepcionante, sendo o The 20/20 Experience, de 2013, o último trabalho realmente bom que ele nos apresentou. É verdade que ele ainda faz bons shows, mas esperamos que ele ignore os discos novos e foque no repertório dos primeiros anos de sua carreira solo.
Shawn Mendes é… Bem, complicado. Já foi complicado justificar sua presença como headliner no Rock in Rio. Por que os dois maiores festivais brasileiros estão insistindo em trazê-lo como headliner em um espaço de tempo de menos de oito meses? Ele é um artista que não lança algo relevante há anos.
Embora esteja prestes a lançar um novo álbum, o ponto alto recente da sua carreira foi a associação com o novo disco da Sabrina Carpenter (que, aliás, seria uma escolha muito mais interessante). Se a ideia era trazer um cantor branco que toca violão no palco, John Mayer, que não vem ao país há 8 anos, seria uma opção mais interessante.
🔍 Sobre os nomes menores
É claro que temos bons nomes nas linhas menores, mas alguns são difíceis de entender, especialmente considerando que, tradicionalmente, essas posições trazem artistas grandes em seus nichos, que o público brasileiro anseia por ver.
Nesta edição, Benson Boone, que hitou nos EUA com Beautiful Things, e Tate McRae, uma tentativa de nova Britney Spears que também teve um hit recentemente, ocupam espaços que já foram de The 1975, Marina and the Diamonds, The National, Kali Uchis e Jane's Addiction em seus auges.
Além disso, temos Artemas, conhecido por um único single no TikTok, e artistas com menos de mil ouvintes no Spotify acima de nomes importantes da cena alternativa brasileira como Dead Fish e Charlotte Matou Um Cara.
📜 Os nomes que faltam
St. Vincent, The Black Keys e Justice são nomes que se apresentam no Estereo Picnic na Colômbia, na mesma época do Lolla, e que poderiam ter sido trazidos para cá. Nathy Peluso, nome da música argentina, integra o line de todos os Lollas da América do Sul, menos do Lolla SP.
Kesha, Reneé Rapp, Chappell Roan, Vampire Weekend e Kim Gordon são nomes que têm marcado presença nos festivais fora da América Latina e que tem um nome grande o suficiente no Brasil para atrair público para o festival; Troye Sivan e Charli xcx são duas sensações do pop atual que também seriam bons nomes para o Lolla.
Dos brasileiros, sentimos falta de Emicida, BK, Djonga, Tasha & Tracie, Duquesa, Liniker, Luedji Luna, Seu Jorge, Kyan, Rincon Sapiência, Karol Conká, Racionais, Planet Hemp, Black Alien, Black Pantera, Djavan, Péricles, Xande de Pilares… A lista de artistas que poderiam estar nos palcos do Lolla poderia continuar e continuar. Não é tão difícil pensar um pouco neles.
💬 Enfim, conclusões
É, definitivamente, o line mais fraco do Lollapalooza. Além de fraco, também é problemático e exclui a representação musical brasileira ao deixar de lado artistas negros para dar espaço a repetições no line ou para artistas brancos menores e praticamente irrelevantes no mundo da música.
O mundo dos festivais está passando por uma crise, mas, no Lolla, a crise parece mais de curadoria mesmo.
Primeiro: o festival deveria voltar a ter dois dias. Um espaço menor de evento ajuda a concentrar a busca por artistas bons em vez de só jogar qualquer nome no line para completá-lo.
Falta realmente deixar de lado o medo de errar para fazer um line ousado e divertido, com opções para todos os gostos, que já sabemos que o Lolla do Brasil é capaz de fazer.
Agora, nos resta esperar para ver quem vai cancelar em cima da hora.
P.S.: Saudades do Primavera Sound. Que descanse em paz.
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Retorno de The Weeknd, de FKA Twigs e segundo álbum de Suki Waterhouse
The Weeknd, que acabou de passar no Brasil, estreia o primeiro single do seu próximo álbum em 13 de setembro. A faixa se chama Dancing in the Flames e é parte do disco Hurry up Tomorrow.
Com seu som pop retrô, a cantora Suki Waterhouse, que também é atriz (lembra de Daisy Jones and The Six?), apresenta ao mundo seu segundo álbum, Memoir of a Sparklemuffin, em 13 de setembro. Faça pré-save!
O duo catalão de música eletrônica, Dame Area, lança Toda la verdad sobre Dame Area em 13 de setembro e promete um disco cheio de energia e experimentalismo. Dá uma ouvida no que eles já soltaram até agora!
SÍGANUS, grupo formado por Felipe Deds, DaNova MC e Dj Ericão, lança Drill Popular Brasileiro (DPB), seu primeiro álbum que promete a mistura de batidas de UK Drill com ritmos brasileiros. Faça o pre-save!
Katy Perry vem aí de novo! A cantora, que se apresenta no Rock in Rio em algumas semanas, lança I’m His, He’s Mine, novo single do 143, seu sexto disco.
My Method Actor é o mais novo trabalho de Nilüfer Yanya, uma artista britânica que tem chamado atenção no cenário alternativo nos últimos anos. O novo disco chega em 13 de setembro, faça pre-save!
Amamos o nome do novo single do Offspring: Come To Brazil. Essa frase tão nossa dá nome a faixa que integra Supercharged, próximo álbum da banda.
Dia 13 de setembro também é dia do retorno de FKA Twigs, que lança EUSEXUA, lead single de seu próximo álbum. Estamos prontos!
Tate McRae, atração do Lolla 2025, lança seu novo single It’s ok I’m ok em 12 de setembro.
🪢 BEST NEW INDIE NACIONAL
O Nó e seu Era Normal
Escrever uma newsletter semanal como essa é desafiador, especialmente quando nossas vidas estão cercadas de planilhas, brainstorms, prazos apertados e aquela notificação no LinkedIn. Mas, mesmo nesse frenesi moderno faria limer, encontramos um espaço para criar, refletir e, claro, apreciar boa música.
E é por isso que o Best New desta semana vai para Era Normal, o novo álbum da banda O Nó, que acaba nos fazendo lembrar que há como extrair significado e beleza mesmo nesse contexto.
Com mais de uma década de estrada, a banda paulistana O Nó já havia mostrado seu potencial com Resquícios Cromáticos, lançado em 2020. Agora, quatro anos depois, eles voltam com Era Normal, um álbum que se apresenta como a continuação natural da jornada desses quatro músicos que enfrentam o caos e a grandeza de viver em São Paulo.
Ouvindo as faixas, é fácil se perder nas camadas envolventes de guitarras e sintetizadores que soam familiares, mas com um toque único. Embora o álbum converse com nomes do indie internacional, como DIIV e Beach Fossils, o grande mérito de Era Normal é como o O Nó encontrou sua própria voz nesse cenário, criando uma identidade que é inegavelmente a deles.
Seja quando fala, de forma crítica, sobre dilemas da vida cotidiana, como em Jornada do Usuário e Uma Nova Pessoa, ou quando reflete sobre o tempo e a realidade em nossa volta, como na maravilhosa Tangerina, O Nó ressignifica a normalidade em conjunto de faixas que, definitivamente vão te fazer ficar no repeat.
Te convidamos a ouvir Era Normal:
A gente não ia deixar passar…
Sergio Mendes, ícone do samba-jazz e da bossa nova, faleceu aos 83 anos. Em vida, emplacou 14 músicas no top 100 dos EUA e ganhou três Grammys, incluindo o de Melhor Álbum de World Music.
Foi um fim de semana movimentado para Anitta, que se apresentou no intervalo do jogo da NFL em São Paulo na sexta e apareceu ao lado de The Weeknd, no show esgotado do artista no Estádio MorumBIS no sábado.
Amamos?? Kendrick Lamar foi anunciado como o artista do show de intervalo do Super Bowl, que acontece em 9 de fevereiro de 2025.
Conhecida por entregar visuais maravilhosos para todos seus trabalhos, Halsey divulgou a capa de seu quinto álbum de estúdio, The Great Impersonator.
Vivendo um dos melhores momentos de sua carreira, Liniker esgotou 3 datas da sua nova turnê no Espaço Unimed em São Paulo! A gente não vê a hora de ver CAJU ao vivo <3
Amanhã acontece o VMA, que no passado já foi uma das premiações mais relevantes da indústria musical. Hoje, ela é definitivamente uma premiação. Com transmissão ao vivo e gratuita pela Pluto TV aqui no Brasil, o evento terá apresentações de Anitta, Halsey, Camila Cabello, Chappell Roan, KAROL G, Benson Boone, Lenny Kravitz, Sabrina Carpenter e Katy Perry, que receberá uma homenagem com o prêmio Vanguard.