o funk brasileiro criou asas, voou e tá se transformando
o funk brasileiro tem ganhado o mundo já faz alguns anos, com artistas nacionais e estrangeiros colocando o gênero em evidência
Da jornada do funk no exterior à peça que celebra a trajetória de uma das maiores artistas brasileiras, a Sonora de hoje te convida a se apaixonar ainda mais por música e a aguardar o lançamento do álbum da Normani, que parece que finalmente vem aí… mas antes, dá uma olhada nessa história surreal:
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Nesse mesmo dia, em 1960, Tommy Moore, um baterista inglês, decidiu sair da banda em que tocava e voltar a trabalhar como motorista de empilhadeira. Ele fazia parte da banda há menos de um mês, mas já havia tocado com o grupo em uma pequena turnê pela Escócia.
Nessa turnê, ele se machucou em um acidente de van, mas nem teve tempo de se recuperar, já que John, o guitarrista do grupo tirou ele do hospital e fez com que ele tocasse no show — um dos acontecimentos que o levou à decisão de sair da banda, junto com o fato de que seu emprego como motorista era mais estável do que a carreira como músico.
Bom, Tommy saiu da banda, que contratou um baterista chamado Pete para seu lugar. Pete, por sua vez, logo foi substituído por um tal de Ringo e digamos que… o resto é história.
Que tal ouvir o primeiro disco dos Beatles enquanto lê nossa newsletter de hoje e agradece por não ter desistido da chance de participar de uma das maiores bandas da história da música?
🌎 O FUNK BRASILEIRO É DO MUNDO
O nosso funk desbrava terras estrangeiras
Se você não conseguiu escapar do fenômeno BRAT que virou tendência no Twitter na última semana, certamente reconheceu as batidas de funk na música Everything is Romantic, sétima faixa do álbum de Charli XCX.
Charli, que é britânica, é apenas uma das artistas estrangeiras que incorporaram o funk carioca em sua música este ano, tal qual Beyoncé em SPAGHETTII e Nathy Peluso em MENINA, o que deixa claro que o funk do Brasil está em expansão global. Fortemente presente nas periferias do Rio de Janeiro e São Paulo, o funk como conhecemos é ouvido hoje em países como Portugal, Estados Unidos, Itália, França e Argentina, segundo dados divulgados pelo Spotify no ano passado.
Mas se engana quem acha que são apenas estrelas como Anitta, que lançou o álbum Funk Generation, e Ludmilla, que se apresentou no palco principal do Coachella, as exportadoras do funk. Artistas como DJ K e Ramon Sucesso estão levando o som experimental e underground do funk para outro patamar.
DJ K, com seu aclamado álbum Pânico no Submundo, misturou elementos de mandelão e funk bruxaria, ganhando reconhecimento internacional e uma turnê pela Europa. Já o DJ Ramon Sucesso, conhecido por seus sets virais no Twitter, vem conquistando fãs no exterior e colaborando com produtores internacionais. O produtor de Travis Scott, um dos maiores nomes do hip-hop atualmente, abordou Ramon para comprar beats para o rapper… tá bom pra você?
Outro artista brasileiro que vem rompendo a bolha é VHOOR, produtor de Belo Horizonte, que com seu álbum Baile conseguiu se apresentar em festivais internacionais importantes, como o Primavera Sound Barcelona.
🧐 Um novo gênero (?)
Acredite, o funk brasileiro já ganhou uma outra vertente lá fora, especialmente entre os jovens que vivem no leste europeu. O Brazilian phonk (sim, isso mesmo) é uma mistura do nosso funk com o phonk, um gênero que nasceu do hip-hop estadunidense.
O produtor norueguês Slowboy foi fundamental para a popularização do Brazilian phonk quando lançou a música Brazilian Phonk Mano em 2023, combinando as batidas do funk com a estrutura do phonk.
Essa mistura rapidamente ganhou popularidade e abriu portas para colaborações com artistas brasileiros como MC Ramiro e MC Mauro, que formam o duo Dragon Boys. A dupla viu seu público crescer significativamente, com alguns milhões de ouvintes no Spotify e parcerias com produtores de países estrangeiros.
Embora o Brazilian phonk tenha se popularizado principalmente fora do Brasil, ele também está ganhando espaço no mercado nacional. Artistas locais, como os Dragon Boys, estão trazendo o estilo para os bailes de São Paulo, expandindo ainda mais o alcance do gênero.
😎 O funk foi para ficar?
Enquanto o Brazilian phonk continua a invadir pistas de dança e playlists ao redor do mundo, o funk brasileiro parece estar longe de ser apenas um fenômeno passageiro lá fora. Demos aqui apenas alguns exemplos de como o funk está se inserindo na cena estrangeira e se consolidando como um movimento global.
Mas vamos combinar que se o som de uma batida de tamborzão pode fazer alguém na Polônia dançar como se estivesse no Rio de Janeiro, é seguro dizer que o funk foi para ficar!
Ainda sobre funk… 👉
MTG Quem Não Quer Sou Eu de DJ TOPO é a música mais tocada no Brasil e é uma música de funk! E se você ouviu, percebeu que a faixa usa parte de Quem Não Quer Sou Eu do Seu Jorge. Mas será que ele autorizou?
A resposta é sim! Na verdade, quando a música viralizou no TikTok, a equipe de Seu Jorge ainda não havia sido acionada, mas a produtora MusicPro logo correu atrás de resolver todas as questões legais que envolviam os créditos do artista, que por sinal, adorou a música… Mas o que significa a sigla MTG?
MTG quer dizer “montagem”, um estilo que ganhou popularidade em Belo Horizonte (MG). Dá para descrevê-lo como um subgênero que combina batidas de funk, múltiplas vozes e um beat marcante. Por vezes, inclui o uso de graves e uma melodia "dark" e lenta — como é o caso de MTG Quem Não Quer Sou Eu. Ouça a música clicando aqui!
🙏 SANTA RITA DE SAMPA EM CARTAZ
Rita Lee para sempre nos palcos
Rita Lee nos deixou há um ano. Apesar do pouco tempo, muitas homenagens possíveis já foram feitas pelos fãs, por artistas que a admiravam, pelos amigos, pelos seus filhos ou pelo seu marido e parceiro musical, Roberto de Carvalho.
Uma dessas homenagens é Rita Lee - Uma Autobiografia Musical. Protagonizada por Mel Lisboa — que foi responsável por interpretar Rita nos palcos em Rita Lee Mora ao Lado - O Musical (2014-2016) — o obra é uma adaptação da autobiografia de Rita, escrita por ela com revisão de Guilherme Samora, que aqui foi o responsável por levar o livro aos palcos.
E que homenagem é o musical sobre a vida de Rita. Ao longo das 2 horas de peça, Mel encarna a roqueira em diversas fases da sua vida, desde a infância na Vila Madalena, passando pela paixão por ufologia à prisão na época da Ditadura; da parceria de vida e trabalho com Roberto até o momento em que ela nos deixou — e, mais doído de tudo, o deixou.
Com suas quebras de quarta parede, a Rita de Mel é bem humorada, frenética e debochada, exatamente como Rita demonstrou ser na vida e em seu trabalho. O restante do elenco também faz um trabalho maravilhoso, sustentando um musical com figuras importantíssimas da cultura e da música, como Hebe Camargo, Gilberto Gil e Ney Matogrosso.
As tocantes homenagens às figuras da cultura brasileira — como Elis Regina, Gal Costa e Cássia Eller — completam o musical que, além de fazer a plateia cantar absolutamente todas as suas músicas, também levou todos às lágrimas.
Uma peça imperdível para quem é fã do trabalho de Rita, para quem gosta de música ou só para quem gosta de ir ao teatro, Rita Lee - Uma Autobiografia Musical está em cartaz no Teatro Porto, em São Paulo. Os ingressos estão esgotados até setembro, quando a temporada se encerra.
Em tempo, Rita e Roberto estão juntos em Voando, versão bossa nova de Volare. A faixa foi divulgada no último domingo, no Fantástico.
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Jão lança Supernova, Adorável Clichê faz comeback e Normani finalmente vem aí
Enquanto faz uma turnê grandiosa pelo Brasil, Jão não descansou e anunciou Supernova, uma versão inédita do seu último álbum, SUPER, que chega com 8 novas faixas e uma capa totalmente nova! O disco lança nas plataformas digitais hoje (11) às 21h. Faça o pre-save!
É difícil acreditar, mas o primeiro álbum de Normani finalmente verá a luz do dia nesta sexta, dia 14. A artista lança Dopamine seis anos após o fim do grupo Fifth Harmony. Ouça Candy Paint, single do disco clicando aqui!
Em pleno Dia dos Namorados, Carol Biazin lançará Amor Traumatizado, single que abre os trabalhos de No Escuro, Quem É Você?, novo álbum da artista brasileira, que ainda não tem data de estreia.
Após anunciar o single aonde mais para maio, os catarinenses do Adorável Clichê decidiram adiar o lançamento devido à tragédia no Rio Grande do Sul. Hoje (11), eles retomam os trabalhos e finalmente lançam a nova música, que é parte do próximo álbum da banda.
A cantora indiana-americana Raveena, que faz um mix de R&B, pop e indie, está prestes a lançar seu terceiro álbum, Where the Butterflies Go in the Rain. O disco, que chega na sexta (14), já pode ser salvo no Spotify, clique aqui!
Sangrando é o primeiro single da nova era de GUSHY, artista brasileiro de Natal, que está prestes a lançar seu segundo álbum de estúdio. Faça o pre-save!
A parceria de Tove Lo com o produtor SG Lewis ganhou um novo capítulo! Nesta sexta, os artista lançam juntos o EP HEAT, com 4 faixas, e que promete fazer qualquer que dar play não ficar parado. Ouça a última música lançada por eles!
John Grant lança o álbum The Art of The Lie nesta sexta, onde ele reflete sobre “as mentiras que as pessoas defendem e como somos deformadas por elas”. O carro-chefe do disco é a música eletro-funkeada It's A Bitch, que você pode ouvir aqui!
🟢 BEST NEW BRAT
Já estamos verdes de saber que Charli XCX é artista - mas o Brat veio pra reforçar isso
O "verde Brat" explodiu na cultura pop nas últimas semanas e, para os fãs que acompanham a indústria musical - especialmente no Twitter -, pode ter trazido memórias do fenômeno rosa que dominou os cinemas no lançamento do filme Barbie, no ano passado.
Brat and it's the same but there's three more songs so it's not de Charli XCX é um álbum bem produzido, com letras que, como o próprio título sugere, podem parecer "mesquinhas" e até controversas dentro das suas próprias narrativas. Trocadilhos afiados abordam temas como anorexia (em Mean Girls, uma das produções mais interessantes do disco) e até indiretas bastante explícitas para outras artistas (em Sympathy is a knife e Girl so confusing).
Mas nem tudo é shade e sarcasmo; o álbum tem seus momentos sérios. Em So I, uma música dedicada à sua amiga e colaboradora SOPHIE, que faleceu tragicamente em 2021, Charli XCX traz um tributo emocionante. A nostálgica Rewind fala sobre voltar no tempo para uma fase da vida sem problemas de autoimagem ou pressões de sucesso. E na refletiva I think about it all the time, Charli abre seu coração sobre seus conflitos internos e mudanças de prioridades, caso decidisse ser mãe.
Ao contrário do último álbum Crash, a versão deluxe de BRAT é indispensável. As três músicas adicionais se encaixam perfeitamente com o restante do álbum, com destaque para Spring breakers, que interpola Everytime de Britney Spears.
BRAT é uma obra ousada e confessional, que marca uma virada na carreira de Charli XCX. Celebração das diversas facetas da cultura dos clubes que moldaram a artista ao longo da última década, o disco já pode ser considerado um dos três melhores de sua trajetória.
Vem ouvir, vem:
A gente não ia deixar passar…
O João Rock aconteceu neste fim de semana e, além das atrações musicais elogiadas — incluindo um show de Pitty com Emicida —, chamou atenção por uma iniciativa bem bacana: a organização distribuiu funis urinários gratuitos para que mulheres pudessem usar os banheiros sem sentar no vaso sanitário! Nota 10 para a ideia.
Já ouviu falar em Digitando, novo hit do sertanejo que ocupou o lugar de música mais tocada no Spotify Brasil (e no Spotify da República Dominicana) recentemente? Nós também não. Mas, essa matéria do Splash Uol explica direitinho o caminho que a canção fez para chegar ao topo — algo que envolve a família de Silvio Santos, criptomoedas, Gracyanne Barbosa e, é claro, bots.
Parece que as garotas vão continuar a se divertir… Embora a próxima turnê mundial de Cyndi Lauper seja a última de sua carreira, a cantora deixou claro que não está se aposentando. Em entrevista a Jimmy Kimmel, ela afirmou que deseja fazer uma grande turnê enquanto se sente forte e saudável. Cindy descarta a possibilidade de voltar "para a estrada" no futuro, mas se aposentar da música não está em seus planos.
Chappell Roan, uma cantora pop em ascensão nos últimos meses, declarou enfaticamente que rejeitou um convite da Casa Branca: "Queremos liberdade e justiça para todos. Quando vocês fizerem isso, eu irei", disse ela durante sua apresentação no festival Governors Ball no último fim de semana. O evento contou com shows de artistas como Post Malone, Carly Rae Jepsen, Victoria Monét, Labyrinth, Sabrina Carpenter, FLO e muitos outros.
Mais uma lista pra lista: a Stereogum publicou uma seleção dos 50 melhores álbuns lançados esse ano até agora. Vale a pena conhecer o top 10 escolhido.