🥉 os melhores álbuns de 2024 (1/3)
os discos que mais amamos aqui na Sonora numa lista de 3 partes
2024 foi um ano e tanto para a música, né? Nossa lista de Melhores Álbuns do Ano, que será apresentada em três partes, reflete toda a riqueza e diversidade de sons, ritmos e artistas que conquistaram o time da Sonora nos últimos 12 meses.
Nesta primeira parte, que revela os discos da 30ª à 21ª posição, temos de tudo um pouco: um álbum de dance pop que merece mais reconhecimento, um trabalho de hip-hop assinado por um dos artistas mais brilhantes da nossa geração, o retorno triunfante de uma banda icônica, além de vários álbuns nacionais incríveis que passeiam entre indie, rock e rap.
Confira:
Melhores Álbuns de 2024 da Sonora
30. 143, de Katy Perry
Por Gabriel Sant’Ana
A trajetória do anúncio até o lançamento de 143, de Katy Perry, foi marcada por altos e baixos. A recepção morna de Woman’s World, escolha unanimemente questionável para abrir os trabalhos da era, não fez jus ao verdadeiro potencial do projeto. O álbum possui consistência e é o mais leve da carreira de Katy. Com transições entre quase todas as faixas, a experiência é imersiva e nos transporta diretamente para uma pista de dança. O disco cumpre o que a artista prometeu em sua divulgação: músicas divertidas, batidas dançantes e letras que passeiam por temas amorosos, sexuais e sua vivência como mãe. Nas palavras da cantora, “143 é uma festa e todos estão convidados” – e, de fato, é irresistível ser o primeiro a chegar e o último a sair.
Pontos altos: All The Love | Nirvana | Truth | Ouça o álbum
29. Songs of a Lost World, de The Cure
Songs of a Lost World, o primeiro disco de inéditas do The Cure em 16 anos, fala sobre corações partidos. Mas, dessa vez de um jeito diferente do que estamos acostumados. Não está exatamente ligado ao romance, mas sim à perda e ao luto. O resultado disso é uma reflexão atmosférica, crua e desesperadora sobre os terrores de quem fica. Tudo isso com a sonoridade característica que The Cure sempre emprega em seus trabalhos junto a algumas das letras mais interessantes da carreira da banda.
Pontos altos: And Nothing Is Forever | I Can Never Say Goodbye | Endsong | Ouça o álbum
28. I Got Heaven, de Mannequin Pussy
Existe algo punk, algo grunge, algo indie rock em I Got Heaven que agrada qualquer fã saudosista do rock dos anos 90. Mas não é só pela nostalgia que o quarto álbum do Mannequin Pussy é incrível. Ele se destaca por identificar e expressar sua raiva, seu anseio e sua dor de forma visceral — e aqui os créditos vão, especialmente, para a vocalista Marisa Dabice. Tudo isso se traduz em um disco punk que transborda fúria e intensidade, com músicas que, dentro do possível, tornam guitarras distorcidas, gritos desesperados e baterias ensurdecedoras estranhamente cativantes. [G.C.]
Pontos altos: Loud Bark | OK? OK! OK? OK! | Aching | Ouça o álbum
27. Deeper Well, de Kacey Musgraves
Em Deeper Well, Kacey Musgraves cai de cabeça no folk para retornar às raízes country, após o brilhante flerte com o pop em star-crossed, álbum visual lançado em 2021. E a mudança vai além do gênero: enquanto o álbum anterior trazia a ideia de luto pós-divórcio, este celebra um renascimento pessoal. Kacey se apaixona novamente – tanto por um parceiro quanto por sua própria essência. O tom irônico e perspicaz de seus primeiros trabalhos dá lugar a uma artista mais serena, que abraça a sobriedade, o amor e a alegria de estar viva. Isso faz com que a gente sinta sinceridade em cada letra e fiquemos envolvidos nessa nova luz que Kacey encontrou para si e para sua música. [G.S.]
Pontos altos: Deeper Well | Anime Eyes | Sway | Ouça o álbum
26. Era Normal, de O Nó
Por Evandro Lira
Com Era Normal, a banda paulistana O Nó entregou um disco de abordagem inteligente e bem-humorada, que se liga profundamente com a experiência de viver em uma metrópole como São Paulo, refletindo o caos, a solidão e os momentos de descoberta e redescoberta que surgem no cotidiano. Dialogando com o melhor do indie rock, o álbum constrói camadas envolventes de guitarras e sintetizadores que soam deliciosamente únicas. Era Normal é uma grata experiência que, de maneira quase inexplicável, ressoa como um abraço terapêutico em meio aos lançamentos do ano.
Pontos altos: Tangerina | Uma Nova Pessoa | Fata Morgana | Ouça o álbum
25. GNX, de Kendrick Lamar
Kendrick Lamar quase não teve tempo de entrar nas listas de Melhores Álbuns do Ano: GNX foi lançado de surpresa, no fim de novembro, mas trouxe Kendrick se reafirmando como o melhor rapper de sua geração e a força que movimenta o hip hop atual, tornando impossível que ele não aparecesse por aqui. O sexto trabalho do rapper é uma reflexão dele sobre a raiva, idealismos e seu espaço no cenário musical, apoiada pela produção impecável de Jack Antonoff e Sounwave. Com GNX, Kendrick reafirma sua posição no topo e redefine os rumos e as possibilidades do hip hop para os próximos anos. [G.C.]
Pontos altos: Luther | Reincarnated | Gloria | Ouça o álbum
24. Taurus Vol. 2, de Duquesa
Dá pra dizer que Taurus Vol. 2, da rapper baiana Duquesa, é uma expansão ousada do universo que a artista começou a construir no primeiro volume, do ano passado. Explorando uma gama ainda maior de ritmos, incluindo trap, R&B, house e ballroom, Duquesa mostra que é uma das vozes mais versáteis e criativas do rap nacional. Cada faixa revela a habilidade da artista em transitar entre temáticas de ostentação, vivências pessoais e críticas sociais com fluidez e impacto. Duq combina um flow afiado, beats mais suaves e letras diretas somadas a uma produção impecável que prova que ela domina sua arte com uma confiança e originalidade que são mais que bem-vindas. [E.L.]
Pontos altos: Ela (Intro) | Vermelho e Preto | Pose | Ouça o álbum
23. Cererê, de Carne Doce
Ser triste é muito nada a ver. É isso que propõe o Carne Doce em uma das músicas presentes em Cererê - o tipo de álbum que te conquista pela atmosfera que cria. A banda apresenta um indie rock com letras que desnudam arrependimentos, amores perdidos e conquistados e uma sensação de desconexão com o mundo ao redor. A voz melancólica de Salma Jô conduz narrativas que parecem íntimas, enquanto a banda entrega uma instrumentalização que transita entre o relaxante, o divertido e o profundo. A produção acerta ao evocar uma nostalgia quase palpável, deixando quem ouve perdido em pensamentos. É um álbum para absorver devagar, onde cada faixa te faz refletir sobre o que já passou, ou o que ainda está por vir. [G.S.]
Pontos altos: Noite dos Tristes | Na Lona | Na Bad | Ouça o álbum
22. SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA, de King Saints
Talvez o nome KING Saints ainda não lhe seja familiar, mas é bem provável que você já tenha escutado alguma música criada por ela. A artista, que é a mente por trás de hits indicados ao Grammy Latino na voz de IZA e Luísa Sonza, deu um passo à frente com seu primeiro álbum, SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA. Transitando entre o pessoal e o coletivo, suas letras misturam humor e crítica ao tratar de temas como privilégio branco, festas, amor, ódio e sexo. Com rimas afiadas e uma voz versátil, ela traz ao rap uma conexão com outros gêneros, como pop e brega funk, costurando ironia, sensibilidade e boas batidas para dizer o que pensa – e o que precisa ser ouvido –, ecoando em quem escuta. [G.S.]
Pontos altos: SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA | CINDERELA | PASSA ESSA GRANA | Ouça o álbum
21. Não Leve a Mal, de PLUMA
Não Leve a Mal, álbum de estreia do PLUMA, apresenta artistas que gostam de experimentar, e fazem isso muito bem. Logo na faixa de abertura, a voz de Marina Reis, metalizada pelo autotune, prepara o ouvinte a ser levado para territórios inesperados. A obra mistura elementos de dream pop, indie rock, MPB e jazz, frequentemente combinando esses estilos em uma única música - e mesmo quando as mudanças rítmicas começam a parecer previsíveis, elas continuam surpreendendo pela forma como são conduzidas. Apesar da variedade, Não Me Leve a Mal acha um ponto de encontro na sonoridade psicodélica que permeia todas as faixas. Este lançamento definitivamente coloca a banda no hall dos nomes a serem acompanhados de perto pelos próximos anos. [G.S.]
Pontos Altos: Quando Eu tô Perto | Corrida! | Plano Z | Ouça o álbum
Na próxima terça, dia 31, véspera de Ano Novo, você vai conhecer a segunda parte da lista de Melhores Álbuns de 2024 da Sonora. Até semana que vem!