qual é sua trilha sonora para uma viagem espacial?
Bowie queria saber se tinha vida em Marte, nós queremos saber o que você ouviria lá
Na Sonora de hoje, vamos te contar como funciona o cancelamento de shows e turnês e perguntar o que você faria em caso de viagem espacial. Mas, antes de tudo, vamos saber um pouco mais sobre um dos grandes discos da música brasileira.
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Há 42 anos, Djavan lançava Luz, álbum que se tornou um marco em sua carreira e na música brasileira. Gravado nos Estados Unidos, foi produzido por Ronnie Foster, renomado produtor de soul music, que já trabalhou com nomes como Jackson 5, George Benson e Stevie Wonder - cantor que inclusive participa de Luz tocando gaita na faixa Samurai.
O disco é lembrado pela fusão de MPB, pop e jazz, com harmonias sofisticadas e letras poéticas, incluindo clássicos como Pétala, uma balada que se tornou uma das músicas mais conhecidas do artista, e Açaí, cuja letra gerou críticas, mas Djavan esclareceu que é uma metáfora para o papel do fruto no sustento de muitas famílias, essencial para sua sobrevivência.
Curiosamente, o álbum nasceu de uma proposta da gravadora CBS (hoje Sony Music) para Djavan explorar o mercado internacional, mas não alcançou o sucesso esperado fora do Brasil. Apesar disso, consolidou o artista como um dos grandes nomes da música brasileira da década de 1980, recebendo importantes reconhecimentos.
O site AllMusic atribuiu ao álbum uma nota 80, e Quincy Jones, um dos produtores mais icônicos da indústria, conhecido por trabalhar em álbuns como Thriller de Michael Jackson e LA Is My Lady de Frank Sinatra, elogiou o disco e adquiriu seus direitos de publicação.
Luz vendeu 500 mil cópias no Brasil até 1984 e, na era dos streamings, continua bem sucedido, tendo mais de 85 milhões de reproduções apenas no Spotify. Ouça o álbum enquanto lê a Sonora de hoje:
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O que acontece quando um show é cancelado?
Ok, nós brasileiros temos que lidar com mais cancelamentos de shows por aqui do que gostaríamos. Desde shows solo — como Shawn Mendes ou Justin Bieber — até shows em festivais — sim, Lollapalooza, estamos falando de você —, ter apresentações canceladas ou, no melhor dos casos, adiadas em terras brasileiras é mais comum do que deveria.
Mas, você já se perguntou o que acontece nos bastidores quando uma turnê é cancelada? Bom, viemos te explicar.
Essa semana, o Tenho Mais Discos Que Amigos fez uma matéria explicando o que acontece quando uma turnê é cancelada e, em resumo, muito dinheiro é perdido nesse processo.
🕰️ Antes de tudo…
É importante saber a razão do cancelamento da turnê. Isso porque esses eventos são segurados por uma apólice — que pode ou não cobrir os gastos, de acordo com o que foi acordado na contratação.
Além disso, também é preciso lembrar que cancelamentos não são prejudiciais apenas financeiramente: eles também acabam desgastando a relação com os fãs, que, basicamente, são os que sustentam o trabalho dos artistas (não é, Paramore?).
Ou seja, é preciso tomar cuidado com a forma como a comunicação com os fãs é feita ao anunciar o cancelamento — seja de um show ou de uma turnê.
🤔 Por que cancelar uma turnê?
Cancelar uma turnê é uma decisão difícil. Além de todo o dinheiro envolvido, são postos de trabalho, tanto diretos quanto indiretos, que deixam de existir, contratos com fornecedores que são cancelados, além das interferências nas agendas e planejamento de gravadoras, produtoras e toda a equipe envolvida em fazer o show acontecer.
Porém, existem circunstâncias que exigem um cancelamento.
Saúde é um dos motivos mais alegados para o cancelamento de turnês, mas também existem aquelas que simplesmente não venderam ingressos o suficiente e a realização de shows pode ser ainda mais prejudicial financeiramente falando do que o cancelamento.
Isso porque no mercado de shows, não basta apenas prestígio ou expectativa: é preciso que os shows se paguem. Um show que vende poucos ingressos não é viável para todo o pessoal por trás dele; uma turnê, então… Às vezes é melhor cancelar mesmo.
❌ O cancelamento
Cancelamento definido? Então é hora de começar a devolver dinheiro e cancelar contratos.
A devolução do dinheiro para os fãs é de responsabilidade de quem produziu o show e de quem vendeu os ingressos — por exemplo, caso o show do The Weeknd em São Paulo seja cancelado, a devolução do valor pago aos clientes deve ser feita pela Ticketmaster, que vendeu as entradas para o show, e pela Live Nation, produtora do evento.
E essas empresas podem exigir que o artista que cancelou devolva uma parte do pagamento que já foi feito a eles. Afinal, a obrigação contratual deles era fazer os shows, algo que não vai mais acontecer.
🔒 E os seguros?
Bom, existem seguros que cobrem o cancelamento de turnês e, desta forma, acabam cobrindo boa parte das perdas financeiras que acontecem. Mas, existem exceções.
Geralmente, o seguro não cobre cancelamentos por problemas de saúde pré-existentes dos artistas — que inclusive passam por exames médicos antes de começar as turnês para que a apólice de seguro seja feita de acordo com as condições de saúde.
Por isso, em casos como o recente cancelamento da turnê do Aerosmith, é bem provável que os gastos não sejam cobertos pelo seguro, já que o problema nas cordas vocais de Steven Tyler é uma condição pré-existente do cantor.
💸 E o prejuízo dos fãs?
Existem fãs que se locomovem por cidades, estados e até mesmo países para assistir aos shows de seus ídolos. Mas, o que fazer quando, depois de todo o gasto, um show é cancelado? Talvez entrar na justiça seja uma boa ideia.
Após o cancelamento dos shows de Drake e Blink-182 no Lollapalooza 2023, um fã conseguiu o reembolso dos ingressos — algo em torno de R$7 mil — que ele havia comprado para o festival.
Segundo a matéria do G1, "a sentença apontou para os riscos da atividade da empresa, que inclui imprevistos como os cancelamentos, motivados por problemas de saúde do baterista da banda Blink-182 e com a equipe do rapper Drake, informando que isso não afasta a responsabilidade civil da T4F nas relações de consumo."
Ou seja, se seu artista favorito cancelar um show, sempre vale tentar pegar seu dinheiro de volta.
🎙️ Falando em shows…
A turnê de Music of the Spheres, do Coldplay, se tornou a de maior bilheteria por um grupo de rock na história e a maior em geral já registrada pela Billboard, arrecadando US$ 944.7 milhões;
Jogando mais uma pá de terra em cima do Primavera Sound, a Balaclava Records traz a banda inglesa The Vaccines para um show no Cine Joia, em São Paulo, no dia 21 de novembro. Adquira já seus ingressos!
O Terno Rei faz o último show da turnê Gêmeos neste sábado, em São Paulo. Ingressos esgotados, mas vale ouvir o disco Gêmeos, um dos melhores lançamentos de 2022.
🪐 CARREIRA INTERNACIONAL? PREFIRO UMA CARREIRA INTERPLANETÁRIA!
Se você fosse para outro planeta e pudesse levar apenas uma música, qual seria?
A NASA fez algo verdadeiramente "fora deste mundo" ao transmitir The Rain (Supa Dupa Fly), hit de 1997 de Missy Elliot, diretamente para Vênus usando sua Deep Space Network. Curiosamente, essa foi a segunda música enviada ao espaço pela agência — a primeira foi Across the Universe, dos Beatles, em 2008. Sim, eles fizeram isso. Across the Universe.
Essa história com a Missy também começou graças a um trocadilho: ela está atualmente fazendo a turnê Out Of This World, e a agência aeronáutica americana viu uma oportunidade perfeita para combinar o "fora deste mundo" com, literalmente, algo fora deste mundo.
Brittany Brown, Diretora de Comunicação Digital da NASA, disse que Missy é conhecida por misturar elementos espaciais e visuais futuristas em seus clipes, então a parceria foi um encaixe perfeito.
A transmissão levou cerca de 14 minutos para percorrer 158 milhões de milhas (ou 254 milhões de quilômetros) à velocidade da luz. Se você acha que isso é coisa pouca, imagine que a temperatura lá em Vênus é quente o suficiente para derreter chumbo e o planeta é coberto por nuvens de ácido sulfúrico. Pois é!
Missy afirmou que escolheu o planeta por simbolizar força, beleza e empoderamento. Essa ação foi, além de uma jogada de marketing inteligente para a turnê da Missy, uma forma da NASA promover suas próximas missões DAVINCI e a VERITAS em Vênus, que estão previstas para a próxima década, com o objetivo de entender melhor porque Vênus é tão diferente da Terra, mesmo sendo considerado seu "gêmeo malvado".
Você já pensou em que música mandaria para o espaço se tivesse a chance? Considerando todos esses trocadilhos, a Sonora, que gosta dessas breguices, listou algumas músicas que tem tudo a ver. Dá uma olhada:
🛸 Lava La Rue - FLUORESCENT / Beyond Space: Essa música fala sobre comunicação interrompida e a tentativa de se conectar em um ambiente hostil, o que parece perfeito para… Mercúrio. Afinal, todo esse sentimento de desorientação se encaixa bem na ideia de estar perdido no planeta mais próximo do sol, né?
👽 Katy Perry - E.T: Com batidas futuristas e letra sobre encontros cósmicos e comunicações sobrenaturais, a música captura a essência de uma aventura além da Terra. Ideal para ecoar no planeta dos grandes anéis, Saturno!
☄️ Coldplay – Moving to Mars: Com uma melodia calma e letra sobre deixar a Terra com seu mozão, a música captura o espírito de uma nova jornada espacial. Obviamente, ideal para ser a trilha sonora de casais apaixonados em Marte!
🧑🚀 Train - Drops of Jupiter: A letra retrata uma viagem cósmica que traz novas descobertas e mudanças. Ideal para… Júpiter.
🚀 Lady Gaga - Venus: A cantora, que até já agendou um show fora da Terra e depois não foi mais, já fez música com uma energia cósmica e cheia de celebração aos mistérios do universo e dos deuses. Ideal para pegar o seu foguete número 9 e voar para Vênus.
🔭 Raul Seixas - O Carimbador Maluco: Bem, há discussões sobre Plutão ser ou não considerado um planeta. Por isso, escolhemos um clássico da música brasileira para representar essa sensação de “não ir a lugar nenhum”. Ideal para Plutão!
🌙 Elis Regina – Alô, Alô Marciano: Com sua letra divertida sobre guerras e a bagunça no mundo, a música traz humor e crítica social foda™. Essa não poderia tocar em nenhum outro lugar que não no nosso planeta, né? Temos que admitir. E se fosse tocada na lua?
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Sabrina Carpenter lança seu "disco de estreia", Coldplay com single novo e Carol Biazin com trabalho inédito
Com os hits Espresso e Please, Please, Please fazendo sucesso no autoplay do seu Spotify, Sabrina Carpenter, nossa estrela pop versão pocket, lança Short n' Sweet essa sexta! Curiosidade: esse não é o primeiro disco dela, mas é o primeiro que ela lança depois do sucesso global de suas músicas.
O Coldplay também traz um lançamento novo! We Pray, novo single da banda, faz parte do disco Moon Music e conta com participações de Burna Boy, TINI, Elyanna e Little Simz.
Do lado brasileiro da música, temos No Escuro, Quem é Você?, terceiro álbum da Carol Biazin! Ela já disponibilizou o primeiro single, Amor Traumatizado.
Any Gabrielly, que era a parte brasileira do Now United, finalmente lança SWEAT, seu primeiro single, nesta sexta e a capa está lindíssima.
Também nesta sexta, Montell Fish lança Charlotte, disco com participações de Daniel Caesar, Clams Casino e Alex G. O álbum é a segunda parte de uma trilogia que começou em 2022 com Jamie e chega depois do lançamento do EP Intercession Before Charlotte — que foi lançado sob o pseudônimo dj gummy bear em março.
Os irlandeses do Fontaine D.C. lançam Romance, o sucessor de Skinty Fia, de 2022, que já foi definido como "o disco mais acessível da banda" pelo The Guardian.
Para quem gosta de synth-pop e música eletrônica, a dupla estadunidense Magdalena Bay lança Imaginal Disk, seu segundo álbum, dia 23. O single Image já está disponível!
🎸 BEST NEW DUO
Vlad Holiday e Kacey Musgraves não querem festejar mais
Na última semana, Vlad Holiday e Kacey Musgraves lançaram I Don’t Wanna Party Anymore, faixa que foge totalmente da zona de conforto da cantora. Kacey, que recentemente lançou a versão deluxe de Deeper Well, decidiu dar uma guinada e, ao lado de Vlad, experimentou um rock psicodélico que soa tão sexy quanto melancólico.
A música, como o título sugere, retrata um momento de clareza (ou desespero) após uma longa noite de excessos de alguém que é submisso em um relacionamento. É sobre perceber que talvez seja hora de parar, mas ao mesmo tempo ser irresistivelmente atraído de volta para o ciclo autodestrutivo.
Vlad, cantor, produtor e compositor que já trabalhou com nomes como Cage The Elephant, ajuda Kacey a sair do country que a consagrou e do soft-pop que já explorou diversas vezes, para um território completamente novo. E o resultado é excelente.
O artista, que tem 21 milhões de ouvintes a menos que Kacey no Spotify, agrega artisticamente à cantora, trazendo uma produção que encaixa perfeitamente com sua voz suave, e nesta junção de estilo, ambos brilham.
I Don’t Wanna Party Anymore não é um hit pronto para as rádios, mas é exatamente isso que a torna tão boa. É uma música que se destaca por sua honestidade e pelo risco que os artistas assumiram. Se você ainda não ouviu, vale a pena conferir… talvez seja a melhor coisa que você vai escutar essa semana:
A gente não ia deixar passar…
Liniker lançou CAJU, seu segundo disco solo, e, olha, tá uma delicinha…
Segundo alguns relatos no Twitter/X, os ingressos para o Rock in Rio no aplicativo da Ticketmaster estão sendo transferidos para contas de e-mail desconhecidas pelo app Quentro. Vale ficar de olho.
Sabe a peça sobre a vida de Rita Lee estrelada por Mel Lisboa sobre a qual falamos na Sonora #16? Depois de esgotar todas as datas em São Paulo, foi anunciado que a peça ficará em cartaz na cidade até dezembro! É imperdível, viu?
Antes tarde do que nunca, uma das maiores videografias do pop será finalmente reconhecida: Katy Perry receberá a honraria Vanguard da MTV na 41ª edição do VMA. Também foi confirmado que a cantora fará um medley de seus maiores sucessos na premiação.
Donald Trump está recebendo um “não” de vários artistas. Céline Dion, a família de Isaac Hayes, o espólio de Sinéad O’Connor e Johnny Marr pediram para que o primeiro ex-presidente dos EUA condenado por crime não utilizasse suas músicas em eventos e campanhas políticas.
Lady Gaga convocou Bruno Mars para um novo single, que foi lançado quase de surpresa após vários indícios nas redes sociais da cantora. Die With A Smile estreou em 10º lugar no Spotify.
Jade desembarca no Brasil esta semana para um meet & greet com seus fãs. Embora seja sua primeira visita ao país em carreira solo, a cantora já esteve aqui em 2020 com o Little Mix, quando se apresentou no saudoso Festival GRLS!.
Sam Smith e IZA lançaram uma nova versão da música Lay Me Down! A colaboração carrega um significado para a brasileira, que contou ter se emocionado ao ouvir Sam cantá-la no Rock in Rio, o que a motivou a seguir a carreira musical.
Após relançar algumas de suas músicas mais famosas em versões rock, Demi Lovato disse que sua próxima era representa um afastamento de sua personalidade rockeira. Ela marcou o começo dessa nova fase lançando uma parceria com o Grupo Firme, bastante influenciada por ritmos mexicanos.
A Billboard anunciou que vai divulgar as "25 maiores estrelas pop do século 21". Mas antes, lançou as "Menções Honrosas", destacando artistas que, apesar de relevantes, ficaram de fora, incluindo nomes como 50 Cent, Lana Del Rey, Alicia Keys, Billie Eilish, Christina Aguilera, Dua Lipa, Kelly Clarkson, P!nk, Kendrick Lamar, J-Lo, Kesha e até Missy Elliot… Confira a lista completa.
Apesar das nossas expectativas, até o envio dessa newsletter, Taylor Swift não anunciou o lançamento de sua versão do reputation. Mas, eu ficaria de olho na próxima Sonora se fosse você…