sobre o caso Kesha x Dr. Luke
um dossiê completo sobre o assunto
Essa é uma newsletter com várias loiras: vamos falar sobre Kesha e também sobre Hannah Montana. Mas, antes, vamos falar de Bob Dylan — que nunca foi loira, mas tudo bem.
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Há 62 anos, em 9 de julho de 1962, Bob Dylan gravou Blowin’ In the Wind nos estúdios da Columbia em Nova York, durante as sessões do seu segundo álbum, The Freewheelin’ Bob Dylan.
A música rapidamente se tornou um hino pela paz e liberdade em meio ao movimento dos direitos civis e a Guerra do Vietnã. E não parou por aí: ela entrou no Grammy Hall of Fame em 1994 e aparece com frequência nas listas de melhores de todos os tempos.
Blowin’ In the Wind já foi regravada por ícones como Stevie Wonder e Elvis Presley e chegou até a ser citada por Papa João Paulo II durante um sermão em 1997, reinterpretando suas palavras de forma religiosa.
Se você nunca ouviu, tá na hora de corrigir isso. E se já ouviu, sabe que vale a pena ouvir de novo:
💃 KESHA ESTÁ LIVRE, E AGORA?
Dr. Luke vs Kesha: Você sabe como terminou a batalha judicial?
Um dos maiores dramas do pop dos últimos anos, a batalha judicial entre Kesha e Dr. Luke, chegou ao fim em 2023. O caso, que se desenrolou ao longo de quase uma década, envolveu acusações graves de abuso emocional, físico e sexual, além de uma batalha intensa pela liberdade artística de Kesha.
Na semana passada, Kesha lançou JOYRIDE, sua primeira música após o fim do processo. E nesta quinta-feira, Katy Perry se prepara para lançar Woman's World, seu single de retorno que tem como produtor Dr. Luke.
Para refrescar sua memória ou até mesmo te fazer entender isso pela primeira vez, a Sonora resolveu recapitular essa história completa e o envolvimento de Katy Perry no caso.
O início de tudo
Em setembro de 2005, Kesha, uma jovem cantora de 18 anos, assinou um contrato com o produtor Lukasz Gottwald, mais conhecido como Dr. Luke. A partir daí, iniciou-se uma relação que culminou em grandes sucessos, como TikTok e Die Young, mas também em graves acusações. Em 2014, Kesha processou Dr. Luke, alegando abuso sexual, físico e emocional. Ela afirmou que Dr. Luke a drogou e a estuprou em uma festa em 2005, o que ele sempre negou veementemente.
Os anos seguintes foram marcados por uma série de batalhas judiciais. Kesha buscava se libertar de seu contrato com Dr. Luke e sua gravadora, Kemosabe Records, alegando que continuar a trabalhar com ele era insustentável. Em resposta, Dr. Luke processou Kesha por difamação, argumentando que as acusações dela eram falsas e prejudiciais à sua carreira.
Apesar do apoio massivo de fãs e celebridades — incluindo nomes como Lady Gaga e Taylor Swift — Kesha enfrentou várias derrotas no tribunal. Em 2016, um juiz de Nova York negou seu pedido de liminar para ser liberada de seu contrato, o que a obrigou a continuar trabalhando sob a gravadora de Dr. Luke.
O que a Katy Perry tem a ver com isso?
Em meio ao caos legal, surgiu o nome de Katy Perry, que trabalhou com Dr. Luke desde seu primeiro álbum, lançado em 2008. Em uma mensagem de texto com Lady Gaga, divulgada no tribunal, Kesha alegou que Dr. Luke também havia estuprado Katy. Esta acusação adicionou mais combustível ao fogo, resultando em mais processos de difamação por parte de Dr. Luke.
Katy Perry, em depoimento, negou categoricamente a acusação, afirmando que nunca foi atacada por Dr. Luke. Este ponto se tornou crucial para a defesa de Dr. Luke e complicou ainda mais o caso de Kesha.
O desfecho
Depois de quase uma década de disputas legais, o caso chegou ao fim em junho de 2023. Kesha e Dr. Luke chegaram a um acordo, encerrando a batalha judicial.
Kesha declarou que não conseguia lembrar todos os detalhes do que aconteceu na noite em questão, mas estava pronta para seguir em frente com sua vida. Dr. Luke, por sua vez, reiterou sua inocência e expressou alívio por poder deixar o caso para trás.
Kesha e Dr. Luke na indústria hoje
Desde o início do processo, de 2014 até hoje, Kesha lançou os álbuns Rainbow (2017), High Road (2020) e Gag Order (2023), todos sem o envolvimento de Dr. Luke na produção mas ainda sob o selo de sua gravadora.
Dr. Luke, por sua vez, continuou a trabalhar com grandes nomes da indústria, incluindo Nicki Minaj, Fergie, Ne-Yo, Jennifer Lopez, Doja Cat e Kim Petras.
Agora, após o fim do processo, uma nova controvérsia surge quando Katy Perry, que teve seu nome ligado ao caso, anuncia Woman's World, primeiro single de seu novo álbum, que conta com Dr. Luke na produção, marcando a primeira vez que os dois colaboram em 11 anos.
🪩 THE BEST OF BOTH WORLDS
A Hannah Montanificação do pop
Ok, chegou aquele momento que, particularmente, eu não esperava que iria chegar: nossos ídolos de infância se tornaram as referências dos artistas que nós gostamos. E, como se não pudesse ficar melhor, nesse caso, todas as mulheres do pop atual tem como referência uma cantora que, tecnicamente, nem existe: Hannah Montana.
Essa semana, a Rolling Stone gringa publicou um artigo falando sobre como a Disney e Miley Cyrus criaram, acidentalmente, a nova geração de cantoras do pop e como a música delas tem sido a coisa mais divertida do cenário em anos.
A ideia é simples: em um mundo onde as cantoras pop tem se levado muito a sério com suas músicas cheias de simbolismos e significados, a nova geração do pop não tem medo de fazer música divertida, que apenas é o que é.
Sabrina Carpenter com seus mega hits e personalidade bem humoradas, Olivia Rodrigo e suas músicas românticas, Chappell Roan, a promessa do pop rock com suas batidas grudentas com letras simples e divertidas de serem cantadas: todas elas citam Hannah Montana como inspiração. Veja bem: Hannah Montana, não Miley Cyrus.
Na verdade, a influência de Hannah — e, aqui, de Miley também — é importante para a existência de diversos outros nomes que surgiram naquela geração do Disney Channel. Demi Lovato, Selena Gomez, Jonas Brothers: todos tiveram sua carreira catapultada graças aos investimentos feitos depois do sucesso da personagem de Miley.
É interessante pensar que estamos vendo apenas o começo da geração influenciada por Hannah Montana, e, por isso, ainda existem muitos passos que serão tomados para observarmos. Talvez algum rebranding a la Bangerz — algo parecido com o que JoJo Siwa tem tentado fazer?
De qualquer forma, é aquele negócio: em algum momento das nossas vidas como fãs de música pop, vamos escolher uma loira para seguir religiosamente. Ela vai transformar nossas vidas, ser nossa referência e nossa influência. Ela vai ser exatamente aquela pessoa que nós queremos ser e, quando perguntarem quem nos inspirou, vamos responder o seu nome. E a loira da vez é essa.
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Katy Perry está de volta!
Katy Perry lança em 11 de julho o seu tão aguardado single de comeback Woman’s World. A faixa, que tem gerado polêmica antes mesmo de ser lançada devido a participação do produtor Dr. Luke, será a primeira apresentada de seu sexto álbum!
Nesta semana, a pista de dança tá garantida! HOOKED é o novo single da artista brasileira Lorena Simpson e estará disponível no dia 12 de julho! Faça pré-save.
Uma das figuras mais bizarras do pop dos últimos tempos, para dizer o mínimo, Jojo Siwa lança seu EP intitulado Guilty Pleasure em 12 de julho. Se você estiver disposto, faça o pré-save…
A banda OneRepublic, que se apresenta no Rock in Rio em setembro, lança nesta sexta seu novo álbum Artificial Paradise. Para nossa surpresa, o disco conta com I Ain’t Worried na tracklist, hit da trilha sonora de Top Gun: Maverick, lançado há mais de 2 anos.
O 3º álbum de Clairo vem aí! Com produção de Leon Michels, Charm já conta com 2 faixas liberadas e chega em todas as plataformas de música em 12 de julho. Faça pré-save!
A artista londrina Cat Burns lança seu álbum debut Early Twenties nesta sexta-feira (12). Segundo ela, trata-se um de um disco sobre "os altos e baixos de estar no começo dos seus vinte anos". Ouça o último single do projeto!
Big Ideas é o segundo álbum de Remi Wolf, a artista pop que fez alguns dos shows de abertura da Guts World Tour da Olivia Rodrigo. Confira alguns dos singles já lançados e faça o pre-save!
Depois do sucesso de Houdini (não, não é a Dua Lipa), Eminem lança seu 12º álbum The Death of Slim Shady (Coup de Grace). O disco que aparentemente vai matar o alter ego do artista, Slim Shady, chega nesta sexta.
A nova-iorquina Cassandra Jenkins está de volta com My Light, My Destroyer, seu terceiro disco que vem na esteira do aclamado An Overview on Phenomenal Nature de 2021. Vem ouvir todos os singles do projeto lançados até agora, clique aqui!
🌱 BEST NEW PARCERIA QUE EU NÃO ESPERAVA
Lana del Rey de volta às origens
Quavo não era o personagem mais interessante do Migos, mas ele definitivamente sabe fazer algumas parcerias interessantes. É o caso de Tough, nova música do rapper, que conta com ninguém mais, ninguém menos que Lana del Rey.
E, aqui, Quavo perde seu protagonismo para vermos de volta a Lana do Antigo Testamento: com influências do rap e do hip hop e em cima de uma batida de trap, temos a cantora com sua voz angelical cantando algo que lembra muito o Born to Die e o Paradise, seus primeiros discos que tornaram conhecidos a personagem de Nancy Sinatra gangster que ela encarnava no início de sua carreira.
Uma música bem feita, perfeita para os fãs mais nostálgicos de Lana e, por isso, ela é a protagonista do nosso best new dessa semana.
Ouça:
A gente não ia deixar passar…
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Chappell Roan é o momento! Com o hit Good Luck, Babe!, a cantora americana alcançou pela primeira vez o top 10 da Billboard Hot 100, a maior parada de música dos EUA.
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