Sabrina Carpenter derrubou o prefeito de NY?
descubra como Sabrina Carpenter acabou se envolvendo em um escândalo de corrupção por causa de um videoclipe
Na 32ª edição da Sonora, você não só vai descobrir como nossa Polly Pocket do pop foi parar no meio de um escândalo de corrupção, mas também conferir nossos pitacos sobre as "100 melhores músicas dos anos 2020".
E não para por aí! Vamos te contar por que uma música sobre o presidente da Argentina é o destaque da semana. Mas, antes de tudo, como sempre, vamos começar com um pouquinho de história:
🗓️ O DIA DE HOJE NA MÚSICA
Por Gabriel Sant'Ana
Hoje completam-se 54 anos desde que Janis Joplin gravou sua última música. Em 1970, a cantora e sua banda da época, a Full Tilt Boogie Band, estavam no auge das gravações do que acabou sendo o último álbum de Janis, Pearl.
No dia 1º de outubro daquele ano, Janis entrou no estúdio e registrou dois momentos que ficariam marcados na história: a gravação de Mercedes Benz, uma crítica à cultura consumista, e Happy Birthday, John (Happy Trails), feita como parte de um presente de aniversário para John Lennon, a pedido de Yoko Ono.
Naquele mesmo período, Joplin tinha planos de finalizar a faixa Buried Alive in the Blues, mas na manhã de 4 de outubro, não apareceu no estúdio. O que seria mais um dia comum de gravações se transformou em uma tragédia quando seu empresário a encontrou sem vida, vítima de uma overdose de heroína em um hotel em Los Angeles.
O álbum Pearl foi lançado postumamente em janeiro de 1971, e Buried Alive in the Blues, que Janis não conseguiu gravar os vocais, foi lançada em instrumental. Enquanto lê essa edição da Sonora, ouça o último disco da artista, que é até hoje uma das mais importantes para a história do rock:
⚰️ "RIP BITCH"
Como Sabrina Carpenter está envolvida em escândalo de corrupção de prefeito de NY
Por Evandro Lira
E a Sabrina Carpenter, que só queria gravar um clipe divertido para uma música, mas acabou tendo seu nome envolvido no meio de uma investigação federal ligada ao prefeito de Nova York, Eric Adams???
Como exatamente isso aconteceu é o que a gente vai te explicar na edição de hoje da Sonora.
🤔 Ok, ok, explica isso direito
Tudo começou em outubro do ano passado, quando Sabrina lançou o videoclipe de Feather, single da versão deluxe do disco e-mails i can’t send. Parte do clipe foi filmada dentro da igreja Our Lady of Mount Carmel-Annunciation, no Brooklyn, em NY.
Sabrina aparece de vestidinho preto, dançando ao redor de caixões, enquanto um bando de caras desagradáveis são eliminados no vídeo. A igreja, como você pode imaginar, não ficou nada feliz com essa performance no altar e, quando o vídeo saiu, a Diocese do Brooklyn gritou blasfêmia! e rapidamente demitiu o monsenhor Jamie Gigantiello, o responsável por aprovar a filmagem na igreja.
Até aqui, parece só mais uma história de um clipe pop polêmico, certo? Errado. É aqui que as coisas ficam realmente interessantes.
Monsenhor Gigantiello, além de ser o pároco da igreja, tem conexões com Frank Carone, ex-chefe de gabinete do prefeito Eric Adams e atual presidente da campanha de reeleição do prefeito.
Carone deixou o cargo em 2022 para se dedicar a uma consultoria e agora está no centro da campanha de Adams. Os dois, Gigantiello e Carone, têm uma amizade de longa data, e os investigadores federais parecem ter achado essas conexões um tanto... suspeitas.
Então, o que eram apenas fanáticos religiosos chateados com um videoclipe levou a uma investigação mais profunda sobre possíveis negócios duvidosos entre Gigantiello e Carone.
Para completar o caos, a investigação agora envolve também Eric Adams, que está sendo acusado de aceitar doações de campanha ilegais e outras vantagens financeiras — como viagens pagas pela Turquia — durante sua corrida para a prefeitura.
🤔 Mas o que isso tem a ver com o clipe da Sabrina?
Segundo o que representantes da diocese disseram ao The Post, o videoclipe de Feather foi o pontapé inicial que colocou Gigantiello no radar dos federais. Ao investigarem as circunstâncias da filmagem na igreja, os investigadores acabaram descobrindo os elos entre o padre, Frank Carone e, por consequência, Eric Adams.
Sabrina, que é sempre bem humorada, não poderia deixar de fazer uma piadinha sobre isso, né? Em seu último show em Nova York, Brina disse ao microfone: "Então… vocês querem falar sobre como eu indiciei o prefeito?". Veja o vídeo desse momento clicando aqui.
Brincadeiras à parte, ninguém realmente acredita que Sabrina Carpenter foi responsável por arruinar a carreira do prefeito de Nova York, ok? A verdade é que as coisas já estavam bem complicadas para Adams há algum tempo. Ele, que é ex-capitão da polícia, tem visto várias renúncias em seu gabinete, incluindo de sua assessoria jurídica principal.
E as pressões para que ele mesmo renuncie a prefeitura vêm de todos os lados: desde legisladores LGBTQ+ até o vereador de Brooklyn, Chi Ossé, que não poupou palavras ao dizer que “esta cidade, com nove milhões de pessoas, precisa de alguém no comando, e claramente esse alguém não pode ser o policial corrupto Eric Adams.”
De qualquer forma, vai ser bem divertido contar por aí que Sabrina Carpenter — sim, aquela cantora pitica que parece uma boneca — acabou se envolvendo em um escândalo de corrupção de um prefeito de Nova York.
A Sonora se juntou a um dos maiores fã-clubes de Taylor Swift do país, o Update Swift Brasil, e juntos, estamos realizando um sorteio do vinil do 1989 (Taylor's Version).
Para saber como participar, é só ler as regras clicando aqui. Aproveite e siga a gente no BlueSky e no Instagram.
🚨 ATENÇÃO UMA NOVA LISTA DE MÚSICA NASCEU
As 100 melhores músicas da década (até o momento e na opinião da Pitchfork)
Por Gabrielle Caroline
Seja para criticar, concordar ou simplesmente descobrir novidades, quem ama música adora uma boa lista. E ontem, fomos presenteados com mais uma para debater!
A Pitchfork decidiu listar as 100 melhores músicas da década até o momento. Estão adiantados demais para isso? Até que não, afinal, estamos falando de uma década beeeem cheia.
Então, vamos falar sobre a lista feita pela Pitchfork e sobre por que é interessante ficarmos de olho nesse tipo de seleção.
😐 Ah, os anos 2020…
Só pra resumir, desde 2020, já passamos por uma pandemia, pela popularização do TikTok, por governos fascistas nos maiores países do mundo, por crises existenciais coletivas e pela queda do local onde comentamos sobre música pop (sim, ainda sentimos um pouco de falta do Twitter). Isso tudo em quatro anos e uns meses. É muita coisa.
Além de afetar o modo como vivemos, esses eventos mudaram nossa relação com a música. Algumas das consequências disso são:
O boom do mercado de shows e festivais pós pandemia e a consequente crise pela qual eles estão passando (Quer ver uma consequência direta? O cancelamento do Primavera Sound);
A tendência de músicas cada vez mais curtas e que seguem uma fórmula para se encaixar no algoritmo do TikTok e de outras redes sociais;
Consequentemente, álbuns cada vez mais curtos para facilitar o consumo do público;
Novas inspirações para letras, com músicas cada vez mais hedonistas e que reproduzem o sentimento de imediatismo que nós mesmos sentimos. É aquilo que você já deve ter ouvido falar: o pop está divertido de novo;
Você deve estar pensando: "Ok, e daí?" Bom, a graça está justamente em observar como essas mudanças de consumo se refletem diretamente no Top 100 da Pitchfork. A lista revela influências claras: qual artista inspirou outro a criar de determinada forma, e quais deles ainda vão moldar o som do futuro.
Embora ainda não saibamos exatamente onde tudo isso vai nos levar, é fascinante ver o caminho que estamos trilhando e tentar prever o que vem por aí.
Por isso, vale a pena ver a seleção feita pelo site e dar uma atenção àquelas músicas.
💯Alguns destaques do Top 100
O maior destaque do Top 100 vai para a presença brasileira, é claro.
AQUELA MINA DE VERMELHO, do DJ Arana, ocupa a 96ª posição do ranking — e é a única música brasileira nele. Lançada em 2022, a música — que mal chegou ao milhão de reproduções no Spotify — é chamada pelo site de "um hino funk surreal". A música do DJ reflete a obsessão cada vez maior do público internacional pelo funk brasileiro: o brazilian phonk, derivado do funk mandelão e que se assemelha ao funk bruxaria com seus graves agressivos e atmosfera de terror, foi o gênero musical de artistas nacionais mais ouvido internacionalmente em 2022.
Além do Brasil, é interessante notar a presença do rock feminino e de suas variações — MUNA, boygenius, Japanese Breakfast, Olivia Rodrigo, Mannequin Pussy e Wet Leg figuram na lista — e que o rap (principalmente o trap) continua em alta após uma década extremamente bem sucedida (e não deve sair do topo tão cedo).
Em primeiro lugar, temos A&W de Lana Del Rey, descrita pela publicação como "tanto uma impressionante obra de auto-mitologia quanto um tratado em primeira pessoa sobre o estado da feminilidade".
A faixa, parte do álbum Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd, vai na contramão de tudo que tem se popularizado nesta década: com seus 7 minutos de duração, a música transita do folk ao hip hop, é reflexiva a ponto de ser quase política, mas sem perder aquele toque de hedonismo típico do pop — que só aparece lá pelos últimos dois minutos, para quem perseverou até ali.
Além disso, é interessante ver como a nova geração de garotas do pop está conquistando seu espaço. Elas não só estão moldando o presente, mas também ajudando a definir o futuro da música. Good Luck, Babe!, de Chappell Roan, conquistou o 42º lugar no ranking; Espresso, de Sabrina Carpenter — facilmente uma das melhores músicas pop de 2024 — está em 30º; e The girl, so confusing version with lorde, a melhor faixa que Charli XCX lançou este ano, aparece na 25ª posição.
Ainda temos mais 6 anos de músicas pela frente e é bom ficar de olho, porque esse top 100 vai influenciar muito o que vem por aí.
E aí? Qual é sua opinião sobre o Top 100 da Pitchfork?
🎵 O QUE VEM POR AÍ
Ney Matogrosso com banda Hecto, novo do Coldplay e Perrie Edwards solo
Após o lançamento de Teu Sangue, Ney Matogrosso e a banda Hecto se juntam novamente para apresentar o single Nosso Grito, disponível na sexta-feira. A canção, parte do álbum Canções Para Um Novo Mundo, mistura samba e rock, com críticas aos extremismos políticos e religiosos.
Moon Music é o décimo álbum de estúdio do Coldplay, que já conta com os singles feelslikeimfallinginlove e WE PRAY. Faça o pre-save e aguarde o lançamento em 4 de outubro.
FINNEAS, o produtor e irmão de Billie Eilish, se aventura em seu segundo álbum solo. Diferente dos discos que produz ao lado da irmã, For Cryin' Out Loud! conta com a colaboração de mais artistas na composição, por exemplo. Faça pre-save!
Durante presença no Rock in Rio, Sabrina Sister anunciou seu novo single, Artefato, para 4 de outubro. Misturando trap com influências de europop, a faixa é a primeira produzida por ela mesma. Já disponível para pré-save!
The Smile, projeto paralelo dos membros do Radiohead, Thom Yorke e Jonny Greenwood, lança Cutouts, seu terceiro disco, que foi gravado nas mesmas sessões do álbum anterior da banda, Wall of Eyes. Faça pre-save!
Perrie Edwards, integrante do finado Little Mix, lançará seu terceiro single solo, You Go Your Way, em 4 de outubro. A faixa integra o aguardado primeiro álbum da cantora, previsto para o início de 2025.
Maya Hawke lançará o EP Clipped Wings nesta sexta-feira. Coescrito e coproduzido com Christian Lee Huston, Benjamin Lazar Davis e Will Graefe, o projeto é uma continuação do álbum Chaos Angel, lançado no início do ano.
🎸 BEST NEW POP-ROCK CONSCIENTE
E quando a pessoa que te enche o saco é o presidente do seu país?
Por Gabriel Sant'Ana
Na última semana, a artista argentina Lali Espósito lançou Fanático, pop-rock com referências políticas que parece marcar uma nova fase em sua carreira - e o grande destaque está na letra que supostamente satiriza seu relacionamento conturbado com Javier Milei.
Conhecida por suas posições firmes em questões sociais, Lali agora enfrenta diretamente o presidente argentino. Mas, para entender como chegamos até aqui, é preciso voltar um pouco no tempo.
A treta entre Lali e Milei começou quando, ainda candidato, ele foi alvo de críticas da cantora, que apontava o tom extremista do seu discurso como alarmante. Milei não deixou barato e atacou Lali, chamando-a de "depósito" – uma tentativa sem graça de trocadilho com seu sobrenome – e insinuando que artistas como ela vivem às custas do governo, financiados por impostos.
Lali, é claro, respondeu à altura, afirmando que sempre viveu do próprio trabalho e que Milei deveria se preocupar mais com a crise política na Argentina do que em atacar celebridades. As farpas se estenderam por mais tempo, mas agora que o contexto está claro, vamos à música.
Ela abre a canção com um verso certeiro: "Você adora fingir que não faz ideia de quem sou". Sim, uma provocação a Milei, que certa vez disse não conhecer Lali, pois prefere escutar Rolling Stones. No clipe, Lali também brinca com isso ao colocar um ator vestindo uma camiseta com a frase “Who the fuck is Lali?”, recriando a icônica camiseta usada por Keith Richards em 1975 com “Who the fuck is Mick Jagger?”
O vídeo por completo é uma provocação visual. Co-dirigido por Lali e seu irmão, ele traz muitas cenas irônicas, sendo uma das mais comentadas a de um personagem semelhante a Milei quebrando uma placa com o número 38.900 – uma soma dos cerca de 30 mil registrados como desaparecidos durante a ditadura argentina com os 8.900 que Milei insiste ser o “número real” de desaparecidos.
Musicalmente, Fanático equilibra um pop mais tradicional nos versos com o pop-rock em seu refrão (que é muito viciante), ajudando Lali a mostrar suas facetas artísticas. Em um momento de fervor político na Argentina, onde muitos artistas pop preferem o silêncio, ela prova que a arte, além de entretenimento, pode – e deve – ser uma forma de resistência.
A gente não ia deixar passar…
A espera acabou! Com nova formação, o Linkin Park fará dois shows em São Paulo: um já esgotado no dia 15/11, data que também marca o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio desde 2017, e outro no dia 16/11 — cujas vendas começam nesta quinta (3).
Estamos no mês de Paul McCartney no Brasil! O ex-Beatle se apresenta por aqui nos dias 15, 16 e 19/10 e divulgou algumas fotos do ensaio da turnê.
Letuce está de volta (mas nem tanto assim)! A dupla formada por Letícia Novaes — a Letrux — e Lucas Vasconcellos fará um show no Rio de Janeiro e outro em São Paulo para comemorar o lançamento do LP de Plano de fuga pra cima dos outros e de mim, seu primeiro álbum.
Trazendo mais nostalgia ao país, Garbage e L7 divulgaram que estarão juntos para uma turnê no Brasil no próximo ano. As bandas se apresentarão no Rio de Janeiro (21/03), São Paulo (22/03) e Curitiba (23/03).
O Afropunk Experience anunciou que chega em São Paulo no dia 14 de dezembro, trazendo shows inéditos de Doechii e Amaarae, além de Anelis Assumpção e Rachel Reis - cantora que recebeu nosso selo Best New na edição passada.